segunda-feira, 31 de agosto de 2015

SUJEITO INCONVENIENTE, O PECHOSO, QUE APLICA BULLYING EM TODOS

ARTIGO/SOCIEDADE - EM FORMA DE POEMA


Eu não posso ser feliz...
Você me pinta com seu verniz, infeliz!

Eu não posso ser triste...
Você sempre me aponta com o dedo em riste!

Eu não posso ser obeso...
Você ri do meu peso, e eu indefeso!

Eu não posso ser franzino...
Você me molesta desde menino, seu malino!


Eu não posso ser alto e nem ser baixo...
Você me atormenta, e me deixa cabisbaixo!

Eu não posso ser careca, calvo...
Você com brincadeiras, me faz de alvo!

Eu não posso ser cabeludo, piloso...
Você me acha por demais jocoso!

Eu não posso ser tatuado ou sem tatuagem...
Você sempre rasga e estraga minha imagem!

Eu não posso ser religioso de tal denominação...
Você denigre todas que não seja a tua! Que decepção!

Eu não posso ser ateu...
Você me tem como títere para chamar de seu!

Eu tenho que ser o que você quer...
Você é a excrescência que nem ouve meu choro sequer!

Eu tenho que ser o que eu sou, não o que você deseja.
Você é um tumor da sociedade e se entrega de bandeja!

É uma doença velada da sociedade que finge a inexistência.
A minoria sofre, quer seja cor, raça, ou religião. Haja paciência!


Foz do Iguaçu, 31/08/2015
Publicado no www.nelmite.blogspot.com em 31/08/2015
Publicado no Recanto das Letras em 31/08/2015
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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

PÁTRIA DESEDUCADORA 1





O ESTADO DE S.PAULO
14 Março 2015 | 02h 05
No discurso de posse do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a educação seria prioritária em sua gestão e anunciou que o lema de seu governo seria Pátria Educadora. Mas a área educacional enfrenta sucessivos problemas decorrentes de falta de projetos, incompetência administrativa e carência de recursos.

O mais recente é o adiamento das aulas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), uma das principais bandeiras da campanha pela reeleição. Lançado em 2011, o Pronatec teve 8 milhões de alunos matriculados, em 4 anos de funcionamento. 
Na campanha, Dilma prometeu chegar a 12 milhões de alunos, em 220 cursos técnicos e 640 cursos de qualificação, sem, contudo, informar de onde sairiam os recursos. Em 2014, o programa teve 440 mil alunos e os repasses às instituições privadas totalizaram R$ 640 milhões.
Antes previstas para a primeira semana de maio, as aulas do Pronatec só começarão na segunda quinzena de junho - isso se o calendário escolar não vier a sofrer novas alterações. Além de não ter pago até agora as mensalidades de novembro e de dezembro para as escolas conveniadas, o governo não sabe o montante da dívida nem o número de instituições afetadas pelo atraso nos repasses. Algumas escolas informam que estão com graves problemas financeiros, pois não têm como pagar materiais já adquiridos e os salários dos professores que foram contratados para lecionar em 2015.
O governo também não sabe quantas vagas a rede de escolas do Pronatec oferecerá este ano. A expectativa era de que o número de vagas na modalidade de bolsa de formação - que oferece bolsas totalmente subsidiadas pela União em instituições privadas - estaria definido em março. 
Agora, anuncia-se que o número será divulgado somente em maio. Justificando o atraso, as autoridades educacionais alegam que o Orçamento de 2015 ainda não foi aprovado, mas prometem que os alunos não serão prejudicados. 
Já as escolas conveniadas afirmam que o primeiro semestre escolar está praticamente perdido. "Os alunos ficarão sem poder estudar nesse período. Uma pátria educadora é aquela que não tem verba para educação?", indaga a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábilis Pacios.
Além do Pronatec, o Ministério da Educação enfrenta problemas em outros programas. O depósito das bolsas de pesquisadores está atrasado. O MEC também tem dificuldades para pagar bônus e auxílio dos 423 mil professores vinculados a programas federais de alfabetização. Por falta de verbas, várias universidades federais não conseguiram iniciar o ano letivo. É o caso da Federal do Rio de Janeiro, que não tem recursos nem sequer para pagar serviços de limpeza.
A situação mais dramática continua sendo a do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) - outro programa que foi utilizado como bandeira pela presidente na campanha pela reeleição. O governo alterou abruptamente as regras para a concessão de empréstimos, um mês antes do início das atividades escolares de 2015, o que levou as universidades particulares e comunitárias a recorrer aos tribunais, alegando que, pelas novas regras, não tinham condição de garantir ensino e pesquisa aos estudantes contemplados pelo FIES. 
O Ministério da Educação promoveu ainda outra mudança abrupta, estabelecendo limites de financiamento por curso e por instituição, frustrando as expectativas de muitos estudantes que acreditaram na propaganda do governo. Além disso, assessores do ministro da Educação chegaram a afirmar que, apesar de as Regiões Sul e Sudeste terem o maior número de universidades privadas e confessionais do País, o governo daria prioridade aos empréstimos a alunos das Regiões Norte e Nordeste. A opinião do ministro Cid Gomes - que foi governador do Ceará - é de que o FIES não estaria sendo utilizado para reduzir as desigualdades regionais.
É desse modo inepto e sem metas definidas claramente que o ensino vem sendo gerido na Pátria Educadora.

O Estado de S. Paulo, 
Opinião

Salário dos professores, nos países descriminados na tabela abaixo, por ano com referência ao dólar.

Dados da OCDE (Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico) mostram que os salários dos professores brasileiros são extremamente baixos quando comparados a países desenvolvidos. Divulgados os valores que fazem parte do estudo Education at a Glance 2014,  que mapeia dados sobre a educação nos países membros da organização e 10 parceiros, incluindo o Brasil.

Acima de US$ 60.000 LUXEMBURGO

Acima de US$ 50.000  MENOR QUE US$ 60.000 ALEMANHA

Acima de US$ 40.000  MENOR QUE US$ 50.000 SUÍÇA, DINAMARCA

Acima de US$ 35.000  MENOR QUE US$ 40.000 AUSTRÁLIA, CANADÁ, HOLANDA, USA, ESPANHA

Média      US$  29.411

Acima de US$ 30.000  MENOR QUE US$ 35.000  NORUEGA, BÉLGICA, IRLANDA, ÁUSTRIA, FINLÂNDIA,SUÉCIA

Acima de US$ 28.000  MENOR QUE US$ 30.000  PORTUGAL, NOVA ZELÂNDIA, COREIA DO SUL, INGLATERRA, ESCÓCIA

Acima de US$ 25.000  MENOR QUE US$ 28.000  ITÁLIA, JAPÃO, ESLOVÊNIA, FRANÇA, ISLÂNDIA

Acima de US$ 15.000  MENOR QUE US$ 25.000  TURQUIA, ISRAEL, GRÉCIA, CHILE, REPÚBLICA CHECA, MÉXICO 

Acima de US$ 10.500  MENOR QUE US$ 15.000   ESTÔNIA, POLÔNIA, HUNGRIA, ESLOVÁQUIA

BRASIL = a US$ 10.375  MENOR QUE US$ 10.500  Ocupa o 36º lugar desta tabela.

INDONÉSIA US$   1.560

Obs.: Os nomes dos países, em cada faixa de valores, obedecem a ordem decrescente em dólares (dentro da referida faixa) que os professores ganham.

De acordo com o estudo, um professor em início de carreira que dá aula para o ensino fundamental em instituições públicas recebe, em média, 10.375 dólares por ano no Brasil. Em Luxemburgo, o país com o maior salário para docentes, ele recebe 66.085 dólares. Entre os países membros da OCDE, a média salarial do professor é de 29.411 dólares. Quase três vezes mais que o salário brasileiro.


Até mesmo em países da América Latina como Chile e México, os professores recebem um salário consideravelmente maior que o brasileiro, 17.770 e 15.556 dólares respectivamente. Entre os países mapeados pela pesquisa, o Brasil só fica à frente da Indonésia, onde os professores recebem cerca de 1.560 dólares por ano. Os valores são de 2012, com dólares ajustados pela paridade do poder de compra (PPC).


Foz do Iguaçu, 28/08/2015
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PÁTRIA DESEDUCADORA 2




Dilma anunciou a “Pátria Educadora” num dia e cortou R$ 70 bilhões do orçamento da educação no outro. Nossa pátria é, como se vê, programadamente deseducadora, porque é muito subversivo estimular as ignorâncias a buscarem sabedoria. 
Desde os gregos clássicos era assim: Sócrates (V a.C.), que inquieta as consciências extrativistas, logo soube do seu destino: a cicuta. Nós somos a continuidade dessa tradição ignorante: continuamos girando em círculo. Ninguém pode afirmar que o Brasil não esteja fazendo nada pela educação (5,5% do PIB é gasto nisso). De outro lado, ninguém pode contestar que estamos girando falsamente em círculos, com guinadas mirabolantes de 360 graus: volta-se sempre ao mesmo ponto.
Nos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX todos eram discursivamente contra a escravidão, mas ninguém acabava com ela (ao contrário, todos que podiam, incluindo as classes médias, tinham escravos em casa e não queriam, de verdade, mudar nada). 
Nos séculos XX e XXI todos somos discursivamente a favor da educação de qualidade, em período integral, mas ninguém a implanta. Por isso se diz (E. Giannetti) que a educação nos séculos XX e XXI é o equivalente moral da escravidão. Será que um dia teremos a Princesa Isabel da educação?

Praticamente nada do que apregoamos no século XXI já não foi diagnosticado e reivindicado no século XX. 
O Manifesto por uma Educação Nova no Brasil, assinado por intelectuais como Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Roquete Pinto e Cecília Meireles, é de 1932 (veja O Globo de 28/3/32).[1]. O que se postulava na época (qualidade no ensino, valorização dos professores, educação em período integral etc.) é tudo o que consta do Plano Nacional da Educação (PNE) elaborado no século XXI. Ou seja: continuamos girando em círculo. 
Ainda estamos na fase de aspirações, desejos, metas não cumpridas. Houve evolução? Sim, mas os problemas essenciais perduram (analfabetismo absoluto – mais de 10 milhões -, analfabetismo funcional – ¾ da população -, falta de qualidade nas escolas públicas, universidades em frangalhos, mão de obra desqualificada etc.). .

Consequências: povo, em geral, sem consciência crítica, país não competitivo, baixa produtividade (são necessários quatro brasileiros para se equiparar à produtividade de um norte-americano), graves problemas éticos, violência epidêmica, corrupção sistêmica etc.
“Na hierarquia dos problemas nacionais – dizia o Manifesto -, nenhum sobreleva em importância e gravidade ao da educação”. Depois de 43 anos de República [agora já contamos com 126 anos] “se verifica que não lograram ainda criar um sistema de organização escolar à altura das necessidades modernas e das necessidades do país”. O documento ainda dizia: “É preciso dar aos professores formação e remuneração equivalentes que lhes permitam manter, com eficiência no trabalho, a dignidade e o prestígio indispensáveis aos educadores” (apenas 75% dos professores possuem titulação superior; apenas 57% deles recebem a média das demais carreiras universitárias; tão-somente 12% dos alunos estudam em período integral; 2,9 milhões de crianças e adolescentes de 4 a 17 anos estão fora da escola etc.).
O Brasil continua sendo (em termos sociais) uma nação fracassada (69º lugar no ranking do IDH; 12º país mais violento do planeta; das 50 cidades que mais matam, 19 estão aqui; campeão mundial no item violência contra professores etc.) porque perdeu vários bondes da História (o da educação, por exemplo; e agora está perdendo o da tecnologia). As bandas podres das classes dominantes, eminentemente extrativistas, não permitem nenhum tipo de política inclusiva. Cultura da exclusão. Não se pensa na vida em sociedade (em comunidade). Cada um procura extrair (do Estado e dos outros) o máximo de acumulação possível: excesso de egoísmo, parasitismo, desigualdade extrema, corrupção, violência e vingança. Esse é o retrato preponderante do atraso brasileiro. Não será com lideranças extrativistas (os políticos são eleitos pela população alienada: seja porque as classes intermediárias odeiam a política, seja porque as classes populares não contam com consciência crítica) que vamos sair do atoleiro econômico, social, educacional e comunitário em que nos encontramos. Assim pensam os realistas. Os pessimistas dizem que a tragédia descomunal está apenas começando.
[1] Ver O Globo 31/5/15, p. 14.


Luiz Flávio Gomes

Professor   •   São Paulo (SP) 


Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001).


Foz do Iguaçu, 30/08/2015
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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

POPULISMO - TEXTO PROFERIDO POR GLÓRIA ÁLVAREZ







No YouTube o vídeo deste texto está com 172.829 visualizações. Ela está de vermelho, na tribuna, ao procurar no YouTube.

Entre 17 e 19 de setembro de 2014, a Rede Iberoamérica Líder organizou o 1º Parlamento Iberoamericano da Juventude em Zaragoza, na Espanha. 
Glória Álvarez, do Movimento Cívico Nacional da Guatemala fez uma apresentação sobre os males do Populismo.
Os desafios que temos neste 1º Parlamento Iberoamericano são bastante grandes e a proposta que quero fazer, especificamente retomando o que o Dr. Florentino que acabou de nos passar, é acabar om o Populismo através da tecnologia.
E vou explicar-lhes o porquê. 
Há debates sobre esquerdas e direitas, o que de fato é mais utilizado pelos populistas do que pelas pessoas que estão tentando resgatar as instituições.
O Populismo, praticando com as pessoas que praticamos, e compartilhando o que compartilhamos, o primeiro que faz é acabar com as instituições, pouco a pouco reescrever constituições, para poder adequá-las aos desejos de diferentes líderes, corruptos, que temos na América Latina. 
O Populismo, no entanto, não existe por casualidade.
E também cabe a nós, não só denunciar as atrocidades que o Populismo comete contra nossas instituições, mas também reconhecer o péssimo trabalho dos sistemas governamentais anteriores, que levaram a crise absoluta às pessoas e às populações que em desespero recorreram a esses líderes, às vezes por vias democráticas e que por isso, justificam sua permanência no poder.
Por isso, creio que mais que a batalha entre esquerda e direita, nós que somos contra o Populismo, devemos falar de Populismo X República.
Porque a República é que realmente garante a institucionalidade do Estado.
Desde os tempos antigos dos Gregos, filósofos como Sócrates e Aristóteles, viram os defeitos da Democracia. 
E por que viram? Porque há três direitos fundamentais e irrenunciáveis a cada um de nós.
Nossa vida, através da qual podemos exercer nossos projetos.
Nossa liberdade, através da qual podemos nos expressar, comercializar, trabalhar, nos mobilizar para possuir a crença de nossa preferência, e poder expressar assim também nossos sistemas políticos, e o que esperamos de um governo.
E por último, nossa propriedade privada. E nossa propriedade começa pelo nosso corpo, por nossa integridade.
Nossa propriedade é o acúmulo desde o dia que nascemos até o dia em que morremos, de todas as coisas que conseguimos realizar.
Estes três direitos, no entanto, podem existir em cada um de nós sem impedir os direitos de outra pessoa.
Agora, o que passa com os outros direitos? Como por exemplo a saúde, a educação, a vestimenta e a uma série de direitos que foram exigidos pelos povos de cada um dos nossos países e que não foram atendidos.
O problema desses direitos, e que os gregos já viram desde aquela época, é que eles precisam de uma renúncia prévia, do direito de propriedade de alguém antes de serem outorgados.
É aí que nossos governos falharam.
Porque ao falar que todos têm direito a essas coisa, nunca foi estipulado quem deveria renunciar a certos direitos para outorgar a esses outros.
E desse mal estar, é que nossos povos decidiram recorrer aos regimes totalitários e populistas que vemos hoje.
Independente da nossa ideologia política, sejamos liberais ou social democratas, devemos reconhecer que esse é um debate necessário para a região.
Se vamos dar direitos, de onde vamos tirá-los? E com que recursos iremos pagá-los?
Porque se isso não for estabelecido, nosso povos vão seguir interminavelmente vendo nesses líderes a resposta e a solução.
Gostaria de retomar o que disse o Dr. Florentino sobre a sua definição de Populismo.
Ele disse que é o atalho pelo qual jogamos com paixões, ilusões e ideais do povo, para prometer o IMPOSSÍVEL, aproveitando da miséria das pessoas, deixando de fora, absolutamente, toda a razão e a logica na tomada das decisões.
Joga com a necessidade dos nossos povos, e isso foi a algo que os gregos previram.
Desde então eles disseram: " Há três tipos de governo":
Onde há um governante, que se chama Monarquia, e pode acabar virando Ditadura.
Onde governa um grupo, que se chama Aristocracia, e pode acabar virando Oligarquia, e nós da América Latina conhecemos bem isso. Porque nossas aristocracias, nossas elites, acabam virando Oligarquias.
Ou há uma Democracia, onde todos governam, que acaba degenerando numa demagogia, algo que também conhecemos.
Quando os gregos viram essas 3 formas de governo, se deram conta que a República era a resposta. Porque a República dava essas 3 institucionalidades.
O monarca na forma de presidente, a Aristocracia na forma de um parlamento, e a Democracia como veículo e via de comunicação.
É por isso que a República anula os vícios de cada uma das 3 formas de governo, para agrupar as 3, e formara institucionalidade que o Populismo, hoje, está destruindo.
Por isso o chamado que quero propor a vocês, é que acabemos com o Populismo através da tecnologia.
Porque hoje mesmo falamos, de que as mudanças que estão surgindo nos nossos países, e que estão surgindo com a tecnologia, não estão sendo acompanhados pela educação necessária.
E o que acontece se eu passo a receber novas possibilidades, novas formas tecnológicas de me comunicar com o mundo, mas ao mesmo tempo não me educo. 
Não tenho prioridades claras?
Por isso em nossos parlamentos, já não se trocam ideias, a razão e a lógica já perderam a importância que deveriam possuir.
Já não há respeito pela discussão,por deixar de fora as falácias.
E nossos líderes populistas anulam toda razão e toda lógica de seus argumentos, aumentando paixões.
E nós também temos que utilizar uma paixão. Uma paixão pela educação, uma paixão pela troca de ideias, paixão pelo conhecimento, por querer ser pessoas e indivíduos empoderados
Porque outra coisa que o Populismo faz, é anular a dignidade das pessoas.
Faz as pessoas se sentirem incapazes e sem dignidade, para governarem suas próprias vidas. Faz elas pensarem que precisam de um líder, para controlar absolutamente tudo, para poderem seguir adiante.
A definição do Dr. Florentino também defende algo que nós do Movimento dizemos: O Populismo ama tanto os pobres que os multiplica. Porque o que busca é essa multiplicação de miséria, para seguir recebendo um voto, através de qualquer objeto material que naquele momento, as pessoas precisem.
Qual é o desafio? Como fazemos? Para que um povo onde a Pirâmide de Maslow está no nível mais baixo. Veja na República, a resposta institucional que as gerações futuras precisam para não seguir nesse ciclo de pobreza.
A admiração que há em países como o meu, Guatemala, pelo Regime Cubano, pelo Regime Venezuelano, é absurda.
Essa admiração não é guiada pela razão e pelo conhecimento.
São poucos os guatemaltecos que reconhecem, poe exemplo, que em Cuba, um Engenheiro Civil prefere ser taxista. 
São poucos os guatemaltecos, as pessoas da América Central, os latinos americanos em geral, que veem no Regime Chavista as atrocidades e as violações de direitos que estão sendo cometidas, porque tudo que veem é: lá tem educação de graça, lá tem saúde de graça.
Nada é de graça. Tudo é pago com algum dinheiro.
E quando não há institucionalidade, é quando começa a corrupção.
E quando ela começa, todo um sistema perde suas virtudes.
No caso da Guatemala, temos eleições ano que vem, e infelizmente, as 3 pessoas que vão chegar à presidência, os 3 candidatos que melhor se encaixam, vão pela via Populista.
Sejam de esquerda ou de direita, porque outra coisa que temos que reconhecer, é que o Populismo está impregnado em todas ideologias. O mecanismo que os populistas usam é seguir com esse discurso.
Você está mal, porque alguém está bem. E o que temos que resgatar é que todos podemos estar bem.
Que o fato de que uma pessoa acumula riquezas, não impede a outra de acumular também. 
Mas para isso precisamos de instituições! 
Precisamos de segurança jurídica.
Precisamos de um Estado correto.E acima de tudo, resgatar nos nossos Parlamentos, o respeito e a admiração pelo debate de ideias com argumentos baseados na lógica e na razão.
Mas um povo que não tem educação, não vai exigir de seus políticos um debate com lógica e razão, com argumentos, e será facilmente manipulado através de paixões.
As ferramentas que proporcionam a Era de Conhecimento são a chave.
Utilizar as redes sociais, a tecnologia, e a facilidade de comunicação que temos com apenas um clique entre todo o continente, onde compartilhamos o mesmo idioma, compartilhamos a cultura, que compartilhemos agora, uma troca de ideias, para começar a expor e acabar com o Populismo pelo que é uma postergação da pobreza, da ignorância e de manter os povos submissos, sob a ilusão de que só os bens materiais importam ao votar.
É por isso, amigos, que lhes proponho, que no dia de amanhã ao assinarmos a Declaração de Zaragoza, todos, como os líderes latino americanos que somos, nos comprometamos a acabar com o Populismo utilizando a tecnologia, e usando como ferramenta a República, que é o único sistema que realmente resgata as instituições, baseando-se na razão, na lógica, nos argumentos, e na troca de ideias. Muito obrigada!

"El populismo ama tanto a los pobres que los multiplica" - Mariano Grondona" - Mariano Grondona.

Foz do Iguaçu, 26/08/2015
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terça-feira, 25 de agosto de 2015

FRASES - AGOSTO 2015





1. No frigir dos ovos e pelo andar da carruagem e no padrão que a política está como paradigma, desconfio de todo cidadão que fica afoito para nela entrar. Farinha, quer estar sempre no mesmo saco, para participar do mesmo pão, não é??? Ariexiet.

2. Gosto de exatas porque sou problemático... Enfim, matematicamente sistemático, em tese! Ariexiet

3. Fazer contrabando deve ser proibido, porque vai contra o bando, que legislam em causa própria. Analaura e Ariexiet.

4. Se quiser ser feliz, não diga tudo o que sabe, não escute tudo o que dizem, não acredite em tudo o que vê! Três macacos chineses. Texto com a Mafalda do Quino.

5. Está chovendo tanto e há tantos dias que ele acrescentou ao seu banho, cloro (Quiboa) e tira limo, pois ele já estava embolorando! E procurou uma fonoaudióloga, com um problema adicional ao seu estilo de falar, pois com tanto aguaceiro e umidade, ele estava coaxando igual sapo barbudo! Ariexiet 21-07-2015

6. Entre senado e câmara deve haver túneis de esgotos com muitos ratos escrotos que causam desgostos. Dá para todos os gostos! Ariexiet 01-08-2015

7. Saudade do abraço de nossas almas! Estamos longe, mas meu pensamento te abraça como se eu estivesse ao teu lado. Este é meu parabéns, parabenizando aquilo que sempre você disseminou, que foi a paz, o amor à família e ao próximo, sempre com sorriso aberto e franco! Paz e bem! Ariexiet 08-08-2015 Aniversário do meu primo Norberto Teixeira que já não está mais entre nós!

Foz do Iguaçu, 25/08/2015
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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

JOAQUIM GOMES DE SOUZA, “O Souzinha” (1829-1864) - GÊNIO BRASILEIRO MUITO CONHECIDO NA FRANÇA E AMIGO DO MATEMÁTICO CAUCHY - VEJA QUANTAS HABILITAÇÕES ELE ADQUIRIU EM EXATAS, HUMANAS E BIOLÓGICAS!




JOAQUIM GOMES DE SOUZA, “O Souzinha” (1829-1864) - GÊNIO BRASILEIRO MUITO CONHECIDO NA FRANÇA E AMIGO DO MATEMÁTICO CAUCHY - VEJA QUANTAS HABILITAÇÕES ELE ADQUIRIU EM EXATAS, HUMANAS E BIOLÓGICAS!

SOUZINHA FOI: FÍSICO, MATEMÁTICO, ASTRÔNOMO, MÉDICO, ENGENHEIRO, POETA, DEPUTADO (1857), PROFESSOR DA ESCOLA REAL MILITAR (1849) E APRENDEU ECONOMIA POLÍTICA, LÍNGUAS E DIREITO CONSTITUCIONAL.

E,

DOUTOR EM CIÊNCIAS FÍSICAS E
MATEMÁTICAS, "EQUAÇÕES DIFERENCIAIS" (1843).

DOUTOR EM CIÊNCIAS MATEMÁTICAS, - ASTRONOMIA "MODO DE INDAGAR NOVOS ASTROS SEM O AUXÍLIO DAS OBSERVAÇÕES DIRETAS" (1948)

DOUTOR EM MEDICINA (1856)

Joaquim Gomes de Souza, “O Souzinha” (1829-1864), é uma das figuras mais interessantes e esquecidas da História do Brasil. Nasceu em 15 de fevereiro de 1829 na Fazenda Conceição, às margens do rio Itapecuru, no Maranhão. Filho de Antônia de Brito Gomes de Souza e do Major Inácio José de Souza, foi apelidado quando garoto de “Souzinha”. Naquele tempo, sua família prosperava com o cultivo do algodão. A província do Maranhão se encontrava em um período de notável progresso econômico, o que permitia que muitos senhores tivessem o luxo de ter seus filhos estudando na Europa, em Pernambuco ou no Rio de Janeiro, de onde retornavam doutores e bacharéis em filosofia, leis, matemática e medicina.Os pais de Gomes de Souza, influenciados pelo então Barão do Araguaia (Domingos J. G. de Magalhães, secretário do governo da província), mandaram-no em 1841 para Pernambuco, para se juntar ao irmão mais velho que já cursava Direito na cidade de Olinda. Em 1842, seu irmão José Gomes de Souza falece e “Souzinha” é obrigado a voltar ao Maranhão, desta vez para a capital.

Seus pais decidem que Joaquim deveria ser militar. Ele então partiu para o Rio de Janeiro e em 1843 ingressou, aos 14 anos, na Escola Real Militar, como Cadete do 1º Batalhão de Artilharia, onde foi o primeiro a obter o título de Doutor em Ciências Físicas e Matemáticas, mais tarde, aos 19 anos, com uma tese sobre Equações Diferenciais.

Pela sua saúde muito frágil e pela falta de vocação para carreira das armas, pediu permissão para trancar sua matrícula na Escola Real Militar. Não fosse a intervenção de Tiago José Salgado, parente da família, para manter “Souzinha” no Rio de Janeiro, muito provavelmente ele teria retornado ao Maranhão para ajudar o pai nos afazeres da fazenda.

A busca constante pelo conhecimento, fez com que em março de 1844, ingressasse na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, quando o intuito de investigar as ciências físico-químicas e naturais, o fez se aprofundar e sentir-se motivado pelos estudos matemáticos. Antonio Henriques Leal, amigo e conterrâneo, exalta no seu Pantheon Maranhense, as qualidades de “Souzinha”, dizendo:

“…entregou-se todo à Física, matéria de sua particular predileção. (…) começou a estudar consigo mesmo as mais complicadas operações de Álgebra. E não encontrando nelas dificuldades, quis prosseguir em seus estudos. Muniu-se então de todos os compêndios do curso do segundo ano da Academia Militar. Estudados estes, e animado por tão inesperado resultado, entrou afoito pelo Cálculo Integral e Diferencial, pela mecânica de Francoeur, pela Astronomia; e assim, quase insensivelmente e sem outro auxílio e guia que o de sua extraordinária inteligência, dentro do seu gabinete, e ao concluir o seu terceiro ano médico, já sabia tudo o quanto constituía o curso de engenharia; (…) ocupou sempre o primeiro lugar entre os mais distintos estudantes da escola de medicina, frequentada então por tantos talentos de primor!“

Tese de Doutorado de "Souzinha"Em 1847, concluiu o terceiro ano do curso de medicina e renovou sua matrícula na Escola Militar. Depois de muita insistência, conseguiu autorização da direção da Escola para realizar os exames das cadeiras que faltavam para concluir seu curso. Muitos professores e os próprios colegas não acreditavam que lograria sucesso nessa empreita. Sem considerar essas opiniões, Souza se dedicou na elaboração de sua tese. Desde então, já se mostrava íntimo das equações trigonométricas, das séries, derivadas e integrais. No ano de 1848, deu início à defesa de sua tese de doutorado: “Dissertação Sobre o Modo de Indagar novos Astros sem o Auxílio das Observações Diretas”, e em 14 de outubro do mesmo ano, galgou o almejado título de Doutor em Ciências Matemáticas, primeiro título concedido pela então Escola Real Militar.

Após esse feito regressou à sua terra, muito fragilizado, mas com obstinação procurou aprender Economia Política, Línguas e Direito Constitucional, quando em julho de 1849, retornou ao Rio de Janeiro para ser Professor da Escola Real Militar. Efetuou pesquisas sobre os métodos gerais de integração, sobre a teoria dos sons e propagação nos meios elétricos. Seus trabalhos eram impressos na própria Escola Militar e alguns foram publicados na revista literária Guanabara, dentre os quais: Resolução das Equações Numéricas e Exposição Sucinta de um Método de Integrar Equações Diferenciais Parciais por Integrais Definidas.

Em 1854, motivado pelas ciências matemáticas, partiu para Europa com justificativa do governo que teria que estudar o sistema penitenciário europeu, com objetivo de melhorar a Casa de Correção da Corte, da qual era secretário; e obter informações sobre os observatórios astronômicos.Gomes de Souza se deparava com sua primeira viagem de estudos e escolheu Londres como cidade para apresentar seus trabalhos à Royal Society  of London, uma das mais antigas instituições acadêmicas do planeta.

Mais a frente, viajou à Paris, onde passou a assistir aos diversos cursos de Matemática na Sorbonne, quando estabelece contatos com diversos matemáticos franceses. Frequentou as aulas de Cauchy, considerado como o maior matemático de seu tempo. Conta-se que em determinada aula, Cauchy apresentou uma equação não integralizável. “Souzinha”, franzino e desajeitado, timidamente se levantou e perguntou: – Dá licença? O auditório que acompanhava atentamente as palavras de Cauchy, passou a observar o nosso “Souzinha”, que pediu o giz e demonstrou onde, por duas vezes, o sábio Cauchy se enganara, sendo levado a concluir erroneamente pela não integralização. Impressionado, Cauchy cumprimentou o jovem brasileiro, de quem veio a se tornar então um grande amigo.

Após isso, se matricula na Faculdade de Medicina de Paris, onde obteve o grau de Doutor em 1856 e, logo mais, apresenta seus trabalhos matemáticos na Académie des Sciences de Paris.

Anthologie Universelle. Numa visita à Alemanha, encontrou Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), poeta romancista maranhense, com quem debateu suas idéias sobre a coletânea poética que pretendia lançar no futuro. Negociou a publicação pela editora F.A. Brockhaus, de Leipzig, da Anthologie universelle. Choix dês meilleurs poésies lyriques de diveres nations dans lês langues originales, do livro com cerca de 950 páginas das melhores poesias no original em 17 línguas.  Dentre elas, alemão, dinamarquês, espanhol, francês, grego, inglês, italiano, latim, polonês, português, russo e sueco. Além de entregar a obra intitulada “Recueil de mémoires d’Analyse e Physique Mathematiques”, que reunia todos seus trabalhos e falava sobre sua interpretação da Filosofia Geral das Matemáticas.

Quando ainda naquele país, no apogeu de sua produção científica, Gomes de Souza recebe a notícia que havia sido eleito para representar a província do Maranhão no Parlamento Brasileiro e que, deveria retornar imediatamente ao Brasil. Antes disso, seguiu para a Inglaterra e se casou com Rosa Edith, filha de um pastor anglicano, e então regressara ao Brasil, deixando a esposa de 18 anos na Inglaterra.

Em maio de 1857, é empossado deputado e em seu primeiro discurso, em junho do mesmo ano, denuncia o ex-ministro da Justiça, então deputado, José Thomaz Nabuco de Araújo (1813-1878), com as seguintes palavras:

“[…] por crime de traição por haver atentado contra o livre exercício dos poderes políticos reconhecidos pela Constituição do Império, e por ter aposentado com metade dos seus vencimentos os desembargadores de Pernambuco Severo Amorim do Valle e Bernardo Rabello da Silva Pereira.“Mesmo como político, ocupa o cargo de professor catedrático da disciplina de Cálculo Diferencial Integral. Ainda em 1857, volta à Inglaterra para buscar sua esposa Rosa. Das suas intervenções parlamentares, uma das mais interessantes ocorreu em 1860, quando discursou sobre a reforma das escolas militares. Em 1860 no Maranhão, sua esposa Rosa morre por causas desconhecidas, alegando os médicos doença típica dos trópicos. Em 1862 morre também seu filho, com o mesmo laudo.

“Souzinha”, a partir daí, tem sua saúde já frágil deteriorada. Mesmo assim, em fevereiro de 1864, casou-se novamente com uma enfermeira que o amparou em sua moléstia. Em março do mesmo ano, apresentando melhoras, viajou para a Inglaterra com objetivo de se tratar. Mas a tuberculose viria destruir rapidamente, em pleno apogeu, uma das mais brilhantes e excepcionais mentes da ciência no Brasil. Em pouco tempo, a enfermidade o transformou em farrapos. Ao perecer, Joaquim Gomes de Souza, deixou além das obras em vida, um trabalho sobre “Ciências Naturais, Sociais e Filosóficas”, o qual só faltava a introdução e a revisão.

“Souzinha” morreu em primeiro de junho de 1864. A notícia só chegou ao Brasil no dia 6 de julho de 1864, quando a Câmara prontamente suspendeu a sessão por “manifestação de pesar pelo falecimento de um vulto majestoso que não encontrará substituto, porque àquele molde não são vazados muitos homens. Era um gênio, e os gênios são raríssimos”. No dia seguinte, uma nota foi publicada no País, de São Luiz: “Lamenta o Maranhão a perda de mais um filho ilustre, talvez a inteligência mais elevada que esta terra tenha produzido, o Dr. Joaquim Gomes de Souza”.Mélanges de Calcul Intégral - A obra póstuma

“Souzinha” e sua contribuição para a Ciência

Sua produção científica é analisada e comentada nas suas notas autobiográficas mencionadas por Inocêncio Francisco da Silva em seu  Dicionário bibliográfico português, 22 volumes, da imprensa Nacional, Lisboa (1853-1923). A tese de Joaquim Gomes de Souza, “Dissertação Sobre o Modo de Indagar Novos Astros sem o Auxilio das Observações Diretas”, foi uma obra inovadora na Astronomia, motivada pela recente descoberta de Netuno por meio de cálculos, realizada por J.J. Leverrier e J.C Adams, que após observarem irregularidades na órbita do planeta Urano, calcularam a massa e a posição do astro, confirmando seus cálculos com o uso de telescópios apontados para as coordenadas indicadas e visualizando o planeta.

O que muito ajudou “Souzinha” em seus trabalhos foram os conhecimentos assimilados da obra recém adquirida de Laplace, Le Mécanique Céleste, além de estar muito atualizado diante dos acontecimentos científicos da época.  As obras de Joaquim Gomes de Souza, além de seu valor profundo, têm toda a mística por representar o verdadeiro início da pesquisa matemática no Brasil. “Dr. Souzinha”, foi o primeiro matemático brasileiro em sem sentido pleno, que foi capaz de formular novos problemas e demonstrar o meio de resolvê-los, contribuindo significativamente para a Matemática. “Souzinha” em autobiografia, comentando os Métodos Gerais de Integração afirmou:

“Amando acima de tudo as Ciências que têm por objetivo o estudo da Natureza, determinei-me a estudar Matemática, para melhor conhecê-las. Quando, porém, se começa esse estudo, pára-se a cada momento diante das dificuldades insuperáveis que o Cálculo Integral oferece. Se há, entretanto, alguma cousa verdadeiramente sedutora é o estudo desse ramo da Análise.

As dificuldades do Cálculo vencidas, podemos voltar mais particularmente nosso espírito à observação dos fenômenos da Natureza, seguros de que, se encontrarmos uma relação qualquer entre o fenômeno e a causa procurada, e outras que se podem ver e medir, será sempre possível voltar à primeira.

Meu primeiro fim foi atingido; quando, porém, vou proceder ao segundo, o de aplicar estas fórmulas e interrogar a própria Natureza, vejo-me talvez obrigado a parar! Métodos gerais de integral foram descobertos, é verdade, mas minha saúde está destruída e meu organismo consumido, o estado dos meus olhos não me permite talvez mais a me entregar às pesquisas, onde a mais profunda atenção e a perseverança mais assídua são absolutamente necessárias.

Se, porém, sou forçado a parar aqui, e não me é permitido ver desenrolar diante dos meus olhos a cena a que a minha imaginação tantas vezes tem sido lançada, terei pelo menos o prazer de ter aberto o caminho para os outros, e de saber que será permitido agora ao homem ler de uma maneira mais profunda no seio do Criador.”

Joaquim Gomes de Souza, "O Souzinha"

O excepcional esforço de autodidatismo, vivenciado nas circunstâncias mais adversas da vida, torna Joaquim Gomes de Souza não somente o primeiro nome notável da Matemática no Brasil, mas talvez, o maior representante das Ciências Exatas desse país pelo seu pioneirismo. Seu espírito foi ousado e lutou com insistência por reconhecimento científico na Europa. A complexidade de seus domínios demonstrou o que seus curtos 35 anos de existência terrena foram capazes de produzir na busca incessante dos mais variados ramos do conhecimento. Uma figura de respeito que merece um estudo aprofundado de suas obras e contribuições para a humanidade, principalmente para o Brasil.

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14 RESPOSTAS PARA ““SOUZINHA”, O MAIOR MATEMÁTICO DA HISTÓRIA DO BRASIL”

Sobre poesia ele debatia com o poeta, também maranhense, Antonio Gonçalves Dias.

No Maranhão não tem somente a família Sarney, tem também filhos ilustres. Infelizmente mais conhecidos (os filhos ilustres) no exterior do que aqui no Brasil.

Para saber mais, use o link:
https://conhecimentoinfinito.wordpress.com/2010/10/29/souzinha-matematico/

Foz do Iguaçu, 21/08/2015
Publicado no www.nelmite.blogspot.com em 21/08/2015
Publicado no Recanto das Letras em 21/08/2015
http://www.recantodasletras.com.br/autores/noslen ariexiet
Outros autores também no Recanto com outros textos:
http://www.recantodasletras.com.br/autores/nelmite
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